Territórios colaborativos, da concepção à formação
As escolas e a rede municipal fortalecida e mobilizada são a base para a expansão de um trabalho que se pauta pela cooperação, participação, parceria e horizontalidade e a constituição de territórios colaborativos. Ao pensar em uma rede maior, envolvendo vários entes, logo vem à mente uma estrutura aberta, com capacidade ilimitada de expansão. Isso, de fato, acontece, e para que ela se sustente é preciso haver clareza dos fios que unem os vários componentes – ou seja, os objetivos comuns. Certamente, um fio visível na implantação de uma rede focada na política de formação continuada é o propósito de melhorar a qualidade da Educação pública – mas vale ficar atento também aos invisíveis, representados pelos desejos e sonhos dos profissionais envolvidos. Então, o que fazer para constituir, legitimar e garantir o funcionamento de um território colaborativo?
A colaboração como método de trabalho na Educação
Uma das grandes vantagens em adotar a colaboração para resolver o problema da Educação é o fim do isolamento profissional, do qual os educadores tanto reclamam. Reunindo-os em fóruns com diversos perfis, é possível fazer com que eles compartilhem os problemas e as soluções que encontraram, indo além das demandas específicas de cada professor e de cada grupo de educadores. A atuação em conjunto amplia a autonomia profissional e estreita os laços entre escolas e redes, aqui entendidas como lugares de formação, com autonomia pedagógica, curricular e profissional, e que estão em permanente mudança.
Toda comunidade escolar é considerada aprendente. Nela, os profissionais participam de atividades educativas dentro do próprio campo de ação, numa relação em que todos decidem sobre o trabalho individual e coletivo e a maneira de melhorar profissionalmente (LIBÂNEO, 2004). Esse processo de rompimento do isolamento do educador já começou em cada escola, com o incremento das ações de mobilização listadas no capítulo anterior. Com a formação de territórios colaborativos, é o isolamento municipal que começa a acabar, pois são colocadas em contato redes que, por suas semelhanças de localização e de público atendido, tendem a ter problemas similares a resolver e soluções a compartilhar.