António Nóvoa destaca o papel da escola e do professor na era digital

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O educador português esteve em Salvador e em Seabra, na Chapada, a convite do ICEP, em dois eventos que marcaram o início das comemorações dos 20 anos do Instituto

O direito à aprendizagem, o papel da escola e dos professores no cenário de mudanças do Século 21 foram temas centrais das palestras de António Nóvoa, que reuniram cerca de 500 educadores em Salvador, na sexta-feira (07.07.2017), e no município de Seabra, na Chapada Diamantina, no sábado (08.07.2017). Os primeiros encontros da série ‘Educar em Rede – Diálogos’ marcaram o início das comemorações dos 20 anos do Instituto Chapada de Educação e Pesquisa – ICEP.
Em Salvador, o evento aconteceu no Sheraton da Bahia, com a participação atenta de educadores da capital baiana e de 11 municípios do Estado. Em Seabra, ocorreu em parceria com o campus XXIII da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) e contou com a presença de docentes, formadores e gestores em educação de 16 municípios.
No bate-papo em Salvador e em Seabra, António Nóvoa alertou que os educadores precisam alinhar o processo de aprendizagem com a revolução digital. “É necessário criar um novo modelo de escola, mais colaborativa, criativa e dinâmica. Com um número maior de atividades fora da sala de aula”, destacou. Para ele, o professor vai assumindo o papel de “organizador dos estudos”. Alguém que estimula a pesquisa e a busca pelo conhecimento. “Que pode estar no tablet, no celular, na internet”.

Defensor da escola pública, António Nóvoa destacou que a aprendizagem é um direito, e alertou que em momentos de turbulência econômica, é preciso lutar mais para garantir educação de qualidade nesse espaço, que abriga crianças oriundas de famílias de menor poder aquisitivo. Para ele, sem escola pública de qualidade, não há democracia. Nóvoa afirmou que o professor precisa “conhecer, reconhecer e tomar consciência da crise político-econômica no Brasil, mas sem esquecer a missão e o compromisso com a aprendizagem dos alunos”.

Atento às mudanças, António Nóvoa acredita que as novas tecnologias devem ser integradas à escola e aos processos de aprendizagem. “Deve-se ensinar a pensar e a estudar. A criança precisa de estímulo para se apropriar das linguagens, seja a linguagem científica, matemática ou artística”, ensina.

Doutor em Educação pela Universidade de Genebra, Nóvoa é reitor honorário da Universidade de Lisboa e professor convidado em Colúmbia (Estados Unidos), Oxford (Inglaterra), Paris 5 (França). Ele coleciona condecorações, como a da Ordem do Rio Branco, do Brasil. Dono de um pensamento crítico apurado e atento aos desafios do mundo da educação na contemporaneidade, Nóvoa é membro do conselho consultivo do ICEP.
ICEP em Números – 2016

  • 1.624 Escolas
  • 172.725 Estudantes
  • 10.159 Professores
  • 1.092 Coordenadores Pedagógicos
  • 1.906 Gestores Escolares
  • 96 Diretores Pedagógicos
  • 81 Supervisores Técnicos
  • 630 Membros das Comissões de Avaliação das Políticas Educacionais